quinta-feira, dezembro 22, 2011

A Escada da terra, para o céu: Uma Espiritualidade Plena

Que neste Natal, possamos estar preparados, e assim dispostos, a subir os degraus espirituais que nos levarão, no estado de graça(confissão, comunhão, oração e penitência), ao encontro com o Deus-menino, que primeiro, e já muito antes, veio e continua a vir para o meio de nós (Lc 1, 23), cheio de graça e de verdade ( Jo 1,14).

 FELIZ NATAL A TODOS VÓS, IRMÃOS-MEMBROS DA COMUNIDADE, PREZADOS LEITORES, E TODO OS FILHOS AMADOS DE NOSSA SANTÍSSIMA MÃE E VIRGEM: "AVE MARÍA, GRÁTIA PLENA..."


UMA ESPIRITUALIDADE PLENA


          

Assim, podemos definir a vida dos que optaram por serem inteiros de Deus, por entregarem as suas vidas e todos os desejos carnais, e se limitarem apenas à liberdade de viverem o extremo de uma profunda intimidade com o Senhor. É assim a vida dos Monges Cartuxos, que vivem os quatro degraus espirituais:  A leitura, a meditação, a oração e a contemplação. Esta é a escada dos monges que os elevam da terra ao céu. Embora dividido em poucos degraus, ela é de intenso e incrível cumprimento; “Via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor”( Gn 28, 12 ). Com esta espiritualidade buscam alcançar um constante abastecimento em seu estado de vida.
            Algo que gera a intimidade e a segurança em viver intensamente esta maturidade espiritual é a leitura diária e ininterrupta das Escrituras, que é feita com a ação do Espírito Santo, que faz cada um ser íntimo do Senhor em sua eleição.  A meditação é uma ação que eleva a alma de cada monge e faz cada um ter uma profunda experiência com a verdade suprema. A oração é um contato intenso com o amor de Deus e um diálogo profundo com o Pai. A contemplação é a elevação de o seu próprio ser, que buscam no Altíssimo as alegrias que são encontradas somente no seio eterno. 
            A função de cada degrau é surpreendente, pois existe o complemento que dá a sustentação perfeita e necessária, para que cada um seja pleno em sua vocação. Na leitura eu escuto, conheço e me formo em Deus. Na meditação, eu enxergo com os olhos do coração e penetro no mais profundo de mim, observando as minhas limitações humanas e as minhas misérias, mais permito que Deus penetre o meu coração e abasteça com o Espírito Santo todo o meu ser.  Na oração, vou buscando um diálogo em que Deus se manifesta plenamente, pois pela ação do amor eu permaneço em Deus e Deus em mim. Consisti em dizer com os lábios, com a voz, com todo o meu ser, a grandeza de Deus. A contemplação tem a função de fazer a minha alma ter um encontro com o admirável estado de graça, é o meu total abandono, é a plena confiança na misericórdia do Altíssimo, é o completo esquecimento de mim mesmo, é o embriagar-me com o mistério Divino.
            Portanto, diz sabiamente Dom Guido; “A leitura procura a doçura da vida bem aventurada, a meditação a encontra, a oração a pede, a contemplação a experimenta, a leitura de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que refaz todo o ser. A leitura esta na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida. Para que se possa ver de modo mais expressivo”. (Guigo, o Cartuxo, Scala Claustralium).
            É fundamental lembrar, que a vida dos Cartuxos, busca uma profunda experiência de proximidade com a graça de Deus, mas podemos observar que os quatro degraus têm um objetivo que é levar cada um dos monges a um contato individual com o Divino, pois, a leitura da Palavra sem a meditação torna-se árida, a meditação sem a leitura é em vão, a oração sem meditação é morna, e a meditação sem oração não produzirá frutos. Uma oração fervorosa nos leva a contemplação.
           É com esta espiritualidade simples, mas profunda; que esta ordem fundada em 1084 na França, por Santo Bruno de Colônia, traz para cada um de nós a certeza de que buscando na simplicidade e constância de regras simples, conseguiremos viver um estado de graça que nos remeta ao encontro com o Santo dos Santos. “ O Espírito e a Esposa dizem: ‘Vem! ’ Possa aquele que ouve dizer também: ‘Vem! ’ Aquele que tem sede, venha! E que o homem de boa vontade receba, gratuitamente, da água da vida!”( Ap 22.17 ).

Francisco de Assis Queiroz
Consagrado Luz da Vida Aliança
Fonte: http://www.luzdavida.org.br/portal/index.php?p=comm&c=34&link=4076

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